Fabi com a medalha de ouro da Olimpíada de Londres 2012 (Foto: Elsa/Getty Images)
O último passe. O último grito de comemoração. O último salto à quadra para defender uma
bola. Quando o jogo entre Sesc/RJ e Praia Clube chegar ao final, neste domingo, Fabi terá vivido uma
série de “últimas vezes”. Considerada a maior líbero de todos os tempos, a bicampeã olímpica
se despede do vôlei após 20 anos de talento e dedicação ao esporte. A disposição, que nunca
lhe faltou, continua lá. Mas a decisão, para ela, chega no momento certo.
- Uma hora tem que chegar esse momento. Então, é uma decisão difícil pra todo mundo.
Ninguém tem cem por cento de certeza nunca. Mas o corpo fala e, enfim, os desafios que
vão aparecendo para você, você vai se sentindo feliz com as coisas que você conquistou. E é uma
decisão tomada dia após dia, Superliga após Superliga, defesa após defesa. Conversa com
muita gente, muitas pessoas. E aí, infelizmente, chega uma hora que tem que parar.
Acompanhar os vinte anos de carreira de Fabi foi um privilégio. A cada defesa e grito de come-
moração, a líbero fincou seu espaço com a maior de todos os tempos. Essencial em tantas con-
quistas, seja pela seleção ou pelo Rio, clube que defendeu por 13 temporadas, chegou ao ápice
com seus dois ouros olímpicos, em Pequim 2008 e Londres 2012. Uma história que seguirá
como referência mesmo após a aposentadoria.
Referência para gerações de jogadores e torcedores, Fabi ultrapassou os limites das quadras.
Da vontade de jogar que superou até mesmo a baixa estatura, encontrando o lugar ideal após a
criação da posição de líbero, Fabi se apaixonou pelo vôlei na Olimpíada de Barcelona. Depois
daquele ouro olímpico, viu que queria seguir o mesmo caminho. E, assim, se fez eterna.
Depois da decepção de ficar fora dos Jogos de Atenas, em 2004, Fabi se impôs como a me-
lhor do mundo. No ciclo olímpico de Pequim, teve o baque da perda do Mundial de 2006, mas
não desistiu.
Na China, chegou ao ponto que tanto sonhava.
- Quando a gente se apresenta em 2008 pra treinar a conversa era só essa. Cara, a gente
vai pra medalha, a gente vai ganhar, a gente vai, a gente pode, só a gente pode mudar essa
história. E aí tem um discurso do Zé também que é bastante emblemático. Ele falando: cara,
eu preciso que vocês me ajudem a recuperar a minha metade que ficou lá em Atenas.
Em Londres, quatro anos depois, viveu uma história ainda mais surpreendente. Depois de
quase ser eliminada ainda na primeira fase, foi um dos pilares para que a seleção se recupe-
rasse rumo ao sonhado segundo ouro olímpico.
Fabi em ação no primeiro jogo da final da Superliga 2017/18 (Foto: Diego Maranhão/Tabela Carioca)
Feito por Julia M.
|
Comentários
Postar um comentário